Salmson Grand Sport 1924
Fantástico vídeo que nos mostra perfeitamente a emoção dos carros desportivos nos anos 1920, o que nos pode provavelmente mostrar um pouco do vivido Circuito de Trás-os-Montes em 1925
Obrigado
Sylvain Renault
Hoje nos Santos em Chaves.
Segundo António Matos
Há 90 anos por lá também foi assim…
http://manueldinis.blogs.sapo.pt/tag/circuito+de+tr%C3%A1z-os-montes
http://manueldinis.blogs.sapo.pt/214050.html
1925 as provas de Tráz-os-Montes
http://manueldinis.blogs.sapo.pt/1925-as-provas-de-traz-os-montes-291658
Circuito de Tráz-os-Montes
Aqui, neste local, foi aclamado o vencedor do Circuito de Tráz-os-Montes, e eu não podia perder esta oportunidade para relembrar e divulgar mais uma vez este memorável acontecimento, realizado há 88 anos.
O Largo do Arrabalde da cidade de Chaves foi um dos locais por onde passaram e onde esteve em exposição o vencedor da prova o Mercedes 10/40/65 HP da dupla Palhinhas e Medeiros.
A 23 de Agosto realizou-se o 1º e único Circuito de Trás-os-Montes, com uma organização do Jornal do Sporting, encabeçada por José Torres e os seus amigos.
As estradas que ligavam Chaves, Valpaços, Rio Torto, Eixos , Mirandela, Murça , Vila Real, Vila Pouca de Aguiar Pedras Salgadas, Vidago e Chaves, foram arranjadas e preparadas para receber os velozes automóveis. O piso era em terra batida e o empedrado resumir-se-ia a partes das cidades e pouco mais.
Os responsáveis da Machado e Brandão, inscreveram Fernando Palhinhas com o Mercedes 10/40/65 HP especialmente preparado para as provas nacionais. Inicialmente adquirido em chassis, dispunha de um motor de quatro cilindros e uma cilindrada de 2,7 litros, foi carroçado em speedster, apenas com bancos para o piloto e passageiro e as rodas suplentes.
Depois de tomadas as devidas precauções, deu-se início à prova no meio de uma assistência curiosa e deslumbrada com aquelas máquinas que iriam percorrer tal distância, duas voltas num total de 370 quilómetros.
Circuito de Trás-os-Montes 1925
Valpaços - outro aspecto do circuito 1925
O que vos vou mostrar hoje é mais um achado raríssimo, desta vez pertença da colecção de Elísio Amaral Neves que amavelmente o disponibilizou, contribuindo assim para conhecer melhor a história do Circuito de Trás-os-Montes.
Tudo leva a querer que esta imagem seja uma passagem do Mercedes de Fernando Palhinhas a caminho da vitória e assim temos o postal a funcionar como um elemento divulgador de acontecimentos.
Circuito de Tráz-os-Montes 1925
Uma oportuna descoberta de Pedro Barros, pertencente à sua colecção de postais.
O raríssimo postal mostra-nos uma foto obtida na entrada sul de Valpaços a 23 de Agosto durante a realização do Circuito de Trás-os-Montes e na qual podemos ver em acção uma equipa participante na corrida.
Como não está equipado de guarda-lamas e faróis é de admitir que se trata do Lancia do então organizador e também concorrente José Torres.
16 Manuel Nogueira Pinto - Andrade Vilar - Porsche Carrera 6
19 Taf Gosselin - Claude Bourgoignie - Alfa Romeo T 33
Ciclo Cultural “Sabores de Vila Real”
O “Ciclo Cultural “Sabores de Vila Real” integra o programa da Universidade de Verão, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em parceria com o Museu do Som e da Imagem, e Camara Municipal, foi repartido ao longo de quatro dias e dividido em quatro temas, para mostrar e debater a cultura vila-realense, sob a coordenação e dinamização do historiador vila-realense Dr. Elísio Amaral Neves.
No dia 20 de Junho, pelas 17 h 30 mm, teve início o Ciclo Cultural “Sabores de Vila Real” no armazém da empresa Correia e Silva, sito na rua Visconde de Carnaxide. Nº 1, tendo a 1ª sessão denominada “O Circuito Internacional de Vila Real”, sido aberta pelo Reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, que realçou a importância e a oportunidade destes eventos, em espaços privilegiados que visam promover uma maior interligação com a comunidade.
De seguida e com o seu peculiar à-vontade e mestria, o historiador vila-realense, aludindo aos percursores do circuito de Vila Real, e a dada altura, de uma forma sublime, refere-se aos seus conterrâneos de outrora, como “modernos”.
“Os “modernos” eram vila-realenses, que queriam mais, não se contentavam com o que a “bila” lhes dava, e lutaram para colocar Vila Real no mapa, quer nacional, quer internacionalmente.”
“Aureliano de Almeida Barrigas, um homem de largos recursos financeiros, hábil desenhador, ilustrador e caricaturista (responsável pela linha gráfica dos primeiros circuitos de Vila Real) autor e ilustrador de capas e texto de dois livros sobre mecânica ( “ Como tratar o meu automóvel”, de 1926 e “ A inflamação eléctrica por magneto ou bateria, nos automóveis”, de 1928e, em consonância com o espirito da época, voltado para as actividades desportivas.”
“Luís Taboada, representante local da Ford desde 1926, delegado do ACP desde os inícios dos anos 30 e vereador da Camara Municipal ao longo de grande parte dos anos 30.
No dizer do pai de Aureliano Barrigas, médico-cirurgião do Regimento de infantaria 13, Manuel Lopes Barrigas, “foi ainda mais entusiasta e mais louco “ do que o seu próprio filho.”
“O Presidente da Camara Municipal, Dr. Emídio Roque da Silveira que, com as individualidades acima referidas e outras, encara a hipótese de efectuar um circuito em 1928.”
O circuito motociclista “Circuito de Trás-os-Montes” realizado por ocasião do Iª Congresso Transmontano, entre 16 e 18 de Setembro de 1920, foi também recordado.
“O seu percurso compreendeu Vila Real – Balsa - Ponte de Parada – (por Sabrosa) – Vila Real na distância de 57 Km, em circuito fechado, nela participaram entre outros, Emílio Botelho - Indian, José da Cunha Pinto - Indian e Aureliano Barrigas - FN, em “Fortes “ e Luís Taboada e José Augusto Tabuada ambos em Wanderer e José Morais Serrão - Griffon, em “Fracos” . O primeiro prémio foi um pneu.
O início da prova ocorreu na Avenida Almeida Lucena, o local onde uma década depois se iniciaram as provas do Circuito de Vila Real. Circuito fechado
“A vitória coube a José Cunha Pinto no tempo de 1hora e 4 minutos, e o segundo a Emílio Botelho no tempo de 1 h e 20 minutos. Na categoria “Fracos” venceu Luís Taboada, seguido de seu irmão José Augusto Taboada.”
Mais tarde, após seis horas do início da prova, e enquanto transportavam a mesa de cronometragem, Morais Serrão, o último concorrente, atinge a meta, perante o espanto geral. A demora relaciona-se com a queda ao Rio Pinhão, na Ponte de Parada, de Aureliano Barrigas, que teve de ser levado em carro de bois, para uma das suas quintas, naquela zona.
Muito cedo os vila-realenses se entusiasmaram pelos desportos motorizados e qualquer pretexto servia para o demonstrar.
A terminar, Albertino Correia mostrou as traves e tábuas, ali presentes, que ao longo de mais de meio século serviram e ainda servem de arrumos e contou-nos a sua história.
… Durante o ano de 1952, foi aberto concurso para a montagem das bancadas para o Circuito de Vila Real, tendo sido escolhida a proposta de Joaquim Maximiano Correia.
No final da prova e como o pagamento não tinha sido efectuado, para minimizar o prejuízo, os empregados da firma Correia e Silva, efectuaram a sua desmontagem.
Mais tarde, os caibros e as tábuas das bancadas, foram utilizados nos trabalhos de ampliação do armazém, outrora um lagar de vinho, dos quais ainda existem vestígios.
Os caibros e as tábuas ali estrategicamente colocados para aumentar a capacidade de armazenamento da então jovem firma, ainda mantém a particularidade de estarem sequencialmente numerados, correspondendo assim aos lugares da respectiva bancada, permanecendo como memória viva do que outrora foram as bancadas do circuito,
O filme “As Corridas de Vila Real na Década de 1930” estive em sessão continua durante o colóquio.
Antes e depois
Apontamento gastronómico - cavacórios com vinho do Porto
1925 as provas de Tráz-os-Montes
Rallye Nacional de Automóveis, Circuito de Tráz-os-Montes e Concurso de Elegância.
Entretanto, Chaves encontrava-se em festa e …
O Ministro do Comércio fazia a viagem de comboio na Linha do Corgo e o jornalista do Diário de Lisboa, afirmava “há cinco anos, Chaves dava-nos um aspecto duma terra adormecida, de vez em quando acordando para uma débil manifestação de progresso. Hoje, Chaves, transformou-se mas fê-lo de uma maneira radical, completa impressionante. Ruas novas, avenidas novas, prédios novos. Cinco anos apenas e Chaves de 1920 é outra.”
Entretanto o avião Nº 2 do C.E.A.R. da esquadrilha de Observações Nº 1, aterrou. Timonava-o o capitão Almeida que tinha como observador o tenente Sérgio.
As provas de Tráz-os-Montes
As provas de Tráz-os-Montes, o Rallye Nacional de Automóveis, o Circuito de Tráz-os-Montes e o Concurso de Elegância, formam um conjunto de provas idealizadas por José Torres, um transmontano de Carrazeda de Montenegro, entusiasta do desporto automóvel e uma comissão local, coadjuvado por Oliveira Valença do Jornal Sporting, proporcionou aos seus conterrâneos, durante as festividades da sua ainda Vila de Chaves, uma original jornada de automobilismo.
Rallye Nacional de Automóveis
O denominado Rallye Nacional de Automóveis foi primeira prova do tipo rali da qual há registo, passou por Vila Real e terminou em Chaves.
Como a indicação de “rallye” ainda não era conhecida, a Imprensa da época esclarecia o rallye é nada mais, nada menos do que um passeio cronometrado, onde cada qual parte de onde quer e se encontra num ponto que é Chaves” e Vasco Calixto, continua no seu livro Primeiro Arranque “A concorrência, porem, não foi numerosa, não só por a prova ser uma novidade, como por a maioria dos volantes se querer guardar para o circuito”.
O primeiro rali realizado em Portugal foi então a 22 de Agosto de 1925, Os poucos concorrentes iniciaram o passeio cronometrado, com a partida dos locais por si escolhidos e depois de efectuarem o percurso de ligação a Chaves, concluíram a prova sem qualquer incidente de maior monta.
Foi uma prova de regularidade sendo a classificação apurada em função da distancia percorrida, numero de pessoas transportadas, peso do veiculo, força do motor e velocidade média.
O primeiro vencedor foi João de Almeida com um avanço de um ponto sobre Ernesto Correia em Studebaker.
O terceiro classificado, foi Artur Mimoso, acompanhado por Artur Santos, conduziu o seu Citroen Special, modelo por si desenvolvido a partir do modelo mais popular da Citroen, o 5 Cv e uma carroçaria mais aerodinâmica.
Classificação do Rallye Nacional de Automóveis
1º – João de Almeida Fiat
2º - Ernesto Correia Studebaker
3º - Artur Mimoso Citroen Especial
4º - Artur Santos Citroen
5º - Oscar Chambers Bugatti
6º - António Augusto Almeida Mercedes
O articulista do Domingo Ilustrado, refere que no Porto, uma prova de vela não se realizou devido a uma chuva miudinha que entretanto caiu. Mas também é verdade que num outro artigo intitulado “Sol ou Chuva” se afirma:
“Decididamente este Verão que atravessamos, saiu avariado do cadinho do velho Tempo, De dois em dois dias um sol de alagar, nos intervalos uma chuvinha antipática”
Mas na crónica de Chaves do Diário de Lisboa, encontramos “O tempo está esplêndido, magnifico, dias de sol, sem calor excessivo, manhas admiráveis e frescas, como só é possível , nestas abençoadas terras do norte.”
Circuito de Tráz-os-Montes
A 23 de Agosto realizou-se o 1º e único Circuito de Tráz-os-Montes, com uma organização do Jornal do Sporting, encabeçada por José Torres e os seus amigos.
As estradas que ligavam Chaves Valpaços, Rio Torto, Eixos , Mirandela, Murça , Vila Real Vila Pouca de Aguiar Pedras Salgadas, Vidago e Chaves, foram arranjadas e preparadas para receber os velozes automóveis. O piso era em terra batida e o empedrado resumir-se-ia a partes das cidades e pouco mais.
Os responsáveis da Machado e Brandão, inscreveram Fernando Palhinhas com o Mercedes 10/40/65 HP especialmente preparado para as provas nacionais. Inicialmente adquirido em chassis, dispunha de um motor de quatro cilindros e uma cilindrada de 2,7 litros, foi carroçado em speedster, apenas com bancos para o piloto e passageiro e as rodas suplentes.
Depois de tomadas as devidas precauções, deu-se início à prova no meio de uma assistência curiosa e deslumbrada com aquelas máquinas que iriam percorrer tal distância, duas voltas num total de 370 quilómetros.
Imagens do Circuito de Trás-os-Montes
A passagem por Valpaços, 1925
Outro concorrente em Valpaços.
In Club de Historia da Escola Secundária de Valpaços
No Domingo e iniciou-se a partida às 9 horas da manhã, individualmente e os primeiros a sair foram os Salmson, por terem a menor cilindrada, e os restantes cada um, de cinco em cinco minutos.
Fernando Palhinhas ao volante do Mercedes, comandou a prova, enquanto Alfredo Batista voltou-se, quando lhe saíram os dois pneus da frente do Fiat,
O organizador, José Torres com o Lancia equipado a preceito, foi obrigado a abandonar em Valpaços e Ernesto Vasconcelos não chegou a Chaves. A prova prosseguiu com seis concorrentes, Sousa Nápoles José António Estêvão, não continuarem a prova.
Uma oportuna descoberta de Pedro Barros originária da sua colecção de postais.
Como não tem guarda-lamas e faróis parece o Lancia do principal organizador e também concorrente José Torres.
Fernando Palhinhas 1º classificado no Mercedes, carroçado em Portugal
O vencedor destacado foi o Mercedes de Fernando Palhinhas, com uma confortável vantagem sobre os Bugatti de Alfredo Marinho Júnior e Óscar Chambers .
Artur Mimoso, o vencedor da Rampa da Pimenteira e 2º no Quilometro de Arranque da Avenida da Liberdade com um Delage , ocuparam o 5 lugar com o Citroen Especial.
2º Alfredo Marinho Júnior Bugatti
3º Oscar Chambers Bugatti
4º Licínio Fernando Pereira Fiat
5º Artur Mimoso Citroen Special
6º Sebastião de Sousa Azevedo Turcat-Mery
Uma verdadeira preciosidade disponibilizada pela
Cinemateca Digital-Cinemateca Portugesa
http://www.cinemateca.pt/Cinemateca-Digital/Ficha.aspx?obraid=25237&type=Video
Câmara Municipal de Chaves - companhia produtora
Portugal, 1925
Género: documentário
Duração: 00:18:21, 16 fps
Formato: 35 mm, PB, sem som
AR: 1:1,33
ID CP-MC: 2009407-002-00.18.00.02
A terminar esta magnifica jornada de automobilismo, o almejado Concurso de Elegância ao qual concorreram os automóveis que entretanto tinham participado nas provas automobilísticas, evidentemente depois de lavados e polidos.
O júri depois de reunido determinou os seguintes vencedores:
Categoria A
Mercedes 28/95PS de 1921 pertencente a Abílio Nunes dos Santos com carroçaria realizada em madeira.6 cilindros e 7280 cc.. Comprado a 12 de Fevereiro de 1921 por 41.280$000, foi o automóvel mais rápido no 1º Quilometro Arranque da Avenida da Liberdade, em 1922, com mais de 30 viaturas inscritas. Ainda se encontra em Portugal.
Categoria B
Mercedes de António Martinho
Categoria C
La Buire de José Marques Guimarães
Categoria D
A Mc Farlan Motor Car Co, foi um pequeno construtor americano muito pretigiado, nos anos 20 era considerada a Rolls Royce americana esteve em actividade entre 1910-1928
1925 As provas de Tráz-os-Montes- Circuito de Trás-os-Montes
Rallye Nacional de Automóveis, Circuito de Tráz-os-Montes e Concurso de Elegância.
Nas fraldas da Serra do Marão e do Alvão e nas margens do Rio Corgo, a cerca de 450 metros de altitude encontramos Vila Real, num local com indícios de ter sido habitada desde o Paleolítico. Vestígios de povoamentos posteriores, Santuário Rupestre de Panóias, denúncia a presença de romanos, mas são as invasões bárbaras e principalmente as muçulmanas, que mais contribuíram para um despovoamento gradual, até ao séc. XII, com a outorga em 1096 o foral de Constantim de Panóias, pelo Conde D. Henrique.
A primitiva «vila» foi constituída pelo rei D. Dinis e, por isso, se diz «real».
Fundada em 1289, por foral concedido pelo rei D. Dinis , a pobra de Vila Real de Panóias, inicia a cidade de hoje.
Como povoação mais importante em Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real adquiriu o estatuto de capital de província e é nomeada sede do distrito em 1835.
Vila Real é elevada à categoria de cidade, a 20 de Julho de 1925.
O tradicional modo de estar e sentir do povo transmontano reflecte-se na forma de receber os amigos e visitantes, esquecendo rapidamente a ameaça intimidadora do velho ditado popular...“para cá do Marão ... mandam os que cá estão ”.
O primeiro automóvel Portugal surge em 1895, foi um Panhard & Levassor, comprado numa das viagens a Paris, o IV Conde de Avilez.
As importações continuaram e em 1900 foram introduzidos 13 automóveis,
em 1901 – 20
e em 1902 - 51 automóveis.
Em pleno reinado de Dom Carlos e no Domingo de 17 de Agosto de 1902, realizou-se no Hipódromo de Belém, a primeira corrida de automóveis em Portugal. Somente três carros presentes e o vencedor foi um Locomobile, movido a vapor e guiado pelo chauffeur americano H. S. Abott.
O primeiro automóvel a circular em Vila Real, segundo o historiador vila-realense Elísio Amaral Neves, no seu livro “Circuito Internacional de Vila Real Anos 30” … “ (acontecimento que o fotografo amador António Pinheiro de Azevedo Leite terá amplamente registado) terá sido visto por volta de 1902, numa das deslocações do seu proprietário para um dos concelho da região do Douro”, uma vez que Vila Real se situava num dos mais importantes eixos rodoviários de acesso, embora que sazonais para as Estancias Termais do Vidago e Pedras Salgadas e Chaves.
De 3 a 5 de Novembro de 1903 foi disputado o Circuito das Beiras, em três fases, com partida em Coimbra e chegada das etapas em Castelo Branco, Guarda e Coimbra.
O vencedor foi Tavares de Melo com um Darracq
A 1 de Abril de 1906, foi a hora da chegada a Vila Real do primeiro comboio, ou seja 25 anos após a Régua e de a pouco e pouco, o comboio retirar ao rio Douro e ao barco rabelo, o papel fundamental no abastecimento dos diversos produtos, as cidades do Porto e Vila Nova de Gaia.
A Linha do Corgo, era uma das mais bonitas do nosso país, aí circulava o “Texas” nome pelo qual eram carinhosamente conhecidos os seus comboios a vapor .
O final da I Guerra Mundial e as consequentes alterações económicas e sociais daí resultantes foram determinantes para o desenvolvimento do automóvel. A produção em massa iniciada por Henry Ford, em 1913 e os métodos utilizados na fabricação de armamento entretanto aplicadas, começam a produzir os seus frutos.
Na década de 20, a indústria automóvel procura novos clientes nas classes mais abastadas, enquanto a produção em serie dos novos automóveis, originará a sua generalização como o meio de transporte ideal.
Em 1920, uma oficina de automóveis, um tanto ou quanto arranjada.
Numa época em que as provas de automóveis, gincanas, encontros de excursionismo e rampas escasseavam, um acontecimento fantástico ocorreu em Trás-os-Montes e revolucionou os meios automobilísticos nacionais.
1924, publicidade da Good Year acerca do Fiat 501 que acabava de dar a Volta a Portugal num percurso aproximado de 2734 Km.
Em 1925 no Coliseu dos Recreios de 5 a 13 de Julho de 1925 teve lugar o primeiro Salão Automóvel de Lisboa, que contou com a presença de todas as marcas automóveis existentes no mercado.
Fotografia do Diário de Noticias.
Entretanto, Chaves encontrava-se em festa e …
O Ministro do Comércio fazia a viagem de comboio na Linha do Corgo e o jornalista do Diário de Lisboa, afirmava “há cinco anos, Chaves dava-nos um aspecto duma terra adormecida, de vez em quando acordando para uma débil manifestação de progresso. Hoje, Chaves, transformou-se mas fê-lo de uma maneira radical, completa impressionante. Ruas novas, avenidas novas, prédios novos. Cinco anos apenas e Chaves de 1920 é outra.”
Entretanto o avião Nº 2 do C.E.A.R. da esquadrilha de Observações Nº 1, aterrou. Timonava-o o capitão Almeida que tinha como observador o tenente Sérgio.
As provas de Trás-os-Montes
As provas de Tráz-os-Montes,o Rallye Nacional de Automóveis, o Circuito de Tráz-os-Montes e o Concurso de Elegância, formam um conjunto de provas idealizadas por José Torres, um transmontano de Carrazeda de Montenegro, entusiasta do desporto automóvel e uma comissão local, coadjuvado por Oliveira Valença do Jornal Sporting, proporcionou aos seus conterrâneos, durante as festividades da sua ainda Vila de Chaves, uma original jornada de automobilismo.
Rallye Nacional de Automóveis
O denominado Rallye Nacional de Automóveis foi primeira prova do tipo rali da qual há registo, passou por Vila Real e terminou em Chaves.
Como a indicação de “rallye” ainda não era conhecida, a Imprensa da época esclarecia o rallye é nada mais, nada menos do que um passeio cronometrado, onde cada qual parte de onde quer e se encontra num ponto que é Chaves” e Vasco Calixto, continua no seu livro Primeiro Arranque “A concorrência, porem, não foi numerosa, não só por a prova ser uma novidade, como por a maioria dos volantes se querer guardar para o circuito”.
O primeiro rali realizado em Portugal foi então a 22 de Agosto de 1925, Os poucos concorrentes iniciaram o passeio cronometrado, com a partida dos locais por si escolhidos e depois de efectuarem o percurso de ligação a Chaves, concluíram a prova sem qualquer incidente de maior monta.
Foi uma prova de regularidade sendo a classificação apurada em função da distancia percorrida, numero de pessoas transportadas, peso do veiculo, força do motor e velocidade média.
O primeiro vencedor foi João de Almeida com um avanço de um ponto sobre Ernesto Correia em Studebaker.
O terceiro classificado, foi Artur Mimoso, acompanhado por Artur Santos, conduziu o seu Citroen Special, modelo por si desenvolvido a partir do modelo mais popular da Citroen, o 5 Cv e uma carroçaria mais aerodinâmica.
Classificação do Rallye Nacional de Automóveis
1º – João de Almeida Fiat
2º - Ernesto Correia Studebaker
3º - Artur Mimoso Citroen Especial
4º - Artur Santos Citroen
5º - Oscar Chambers Bugatti
6º - António Augusto Almeida Mercedes
O articulista do Domingo Ilustrado, refere que no Porto, uma prova de vela não se realizou devido a uma chuva miudinha que entretanto caiu. Mas também é verdade que num outro artigo intitulado “Sol ou Chuva” se afirma:
“Decididamente este Verão que atravessamos, saiu avariado do cadinho do velho Tempo, De dois em dois dias um sol de alagar, nos intervalos uma chuvinha antipática”
Mas na crónica de Chaves do Diário de Lisboa, encontramos “O tempo está esplêndido, magnifico, dias de sol, sem calor excessivo, manhas admiráveis e frescas, como só é possível , nestas abençoadas terras do norte.”
Circuito de Tráz-os-Montes
A 23 de Agosto realizou-se o 1º e único Circuito de Trás-os-Montes, com uma organização do Jornal do Sporting, encabeçada por José Torres e os seus amigos.
As estradas que ligavam Chaves Valpaços, Rio Torto, Eixos , Mirandela, Murça , Vila Real Vila Pouca de Aguiar Pedras Salgadas, Vidago e Chaves, foram arranjadas e preparadas para receber os velozes automóveis. O piso era em terra batida e o empedrado resumir-se-ia a partes das cidades e pouco mais.
Os responsáveis da Machado e Brandão, inscreveram Fernando Palhinhas com o Mercedes 10/40/65 HP especialmente preparado para as provas nacionais. Inicialmente adquirido em chassis, dispunha de um motor de quatro cilindros e uma cilindrada de 2,7 litros, foi carroçado em speedster, apenas com bancos para o piloto e passageiro e as rodas suplentes.
Depois de tomadas as devidas precauções, deu-se início à prova no meio de uma assistência curiosa e deslumbrada com aquelas máquinas que iriam percorrer tal distância, duas voltas num total de 370 quilómetros.
Imagens do Circuito de Trás-os-Montes
A passagem por Valpaços, 1925
Outro concorrente em Valpaços.
In Club de Historia da Escola Secundária de Valpaços
No Domingo e iniciou-se a partida às 9 horas da manhã, individualmente e os primeiros a sair foram os Salmson, por terem a menor cilindrada, e os restantes cada um, de cinco em cinco minutos.
Fernando Palhinhas ao volante do Mercedes, comandou a prova, enquanto Alfredo Batista voltou-se, quando lhe saíram os dois pneus da frente do Fiat,
O organizador, José Torres com o Lancia equipado a preceito, foi obrigado a abandonar em Valpaços e Ernesto Vasconcelos não chegou a Chaves. A prova prosseguiu com seis concorrentes, Sousa Nápoles José António Estêvão, não continuarem a prova.
Uma oportuna descoberta de Pedro Barros originária da sua colecção de postais.
Como não tem guarda-lamas e faróis parece o Lancia do principal organizador e também concorrente José Torres.
Fernando Palhinhas 1º classificado no Mercedes, carroçado em Portugal
O vencedor destacado foi o Mercedes de Fernando Palhinhas, com uma confortável vantagem sobre os Bugatti de Alfredo Marinho Júnior e Óscar Chambers .
Artur Mimoso, o vencedor da Rampa da Pimenteira e 2º no Quilometro de Arranque da Avenida da Liberdade com um Delage , ocuparam o 5 lugar com o Citroen Especial.
1º Fernando Palhinha Mercedes 10/40/65 HP
2º Alfredo Marinho Júnior Bugatti
3º Oscar Chambers Bugatti
4º Licínio Fernando Pereira Fiat
5º Artur Mimoso Citroen Special
6º Sebastião de Sousa Azevedo Turcat-Mery
Uma verdadeira preciosidade disponibilizada pela
Cinemateca Digital-Cinemateca Portugesa
http://www.cinemateca.pt/Cinemateca-Digital/Ficha.aspx?obraid=25237&type=Video
Câmara Municipal de Chaves - companhia produtora
A terminar esta magnifica jornada de automobilismo, o almejado Concurso de Elegância ao qual concorreram os automóveis que entretanto tinham participado nas provas automobilísticas, evidentemente depois de lavados e polidos.
O júri depois de reunido determinou os seguintes vencedores:
Categoria A
Mercedes 28/95PS de 1921 pertencente a Abílio Nunes dos Santos com carroçaria realizada em madeira.6 cilindros e 7280 cc.. Comprado a 12 de Fevereiro de 1921 por 41.280$000, foi o automóvel mais rápido no 1º Quilometro Arranque da Avenida da Liberdade, em 1922, com mais de 30 viaturas inscritas. Ainda se encontra em Portugal.
Categoria B
Mercedes de António Martinho
Categoria C
La Buire de José Marques Guimarães
Categoria D
Mc-Farlan de Tito Lívio Lopes
A Mc Farlan Motor Car Co, foi um pequeno construtor americano muito pretigiado, nos anos 20 era considerada a Rolls Royce americana esteve em actividade entre 1910-1928
A circulação automóvel ainda era feita pela esquerda e só seria modificada para a direita a 1 de Junho de 1928.
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