Segunda-feira, 26 de Março de 2018

António Pinto da Costa Paulo 28/08/1936 26/03/2018

António Pinto da Costa Paulo 28/08/1936 26/03/2018

Alguns dos momentos com Costa Paulo...

102º Encontro de Clássicos Além Corgo Vila Real Março 2018 (150).jpg

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http://manueldinis.blogs.sapo.pt/210222.html

 

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"António da Costa Paulo.
Poucos reconhecem este nome.
Os frequentadores da Sé de Vila Real perderam o fio às orações, distraídos pelo roncar de motores a dois tempos, 50cm cúbicos, quando o Costa os testava em banco de ensaio, na oficina em frente à porta poente da Catedral.
Costa Paulo não era um ganhador sistemático de corridas mas foi um fulgurante mecânico e corredor de motorizadas. Levava os seus motores até aos limites e, muitas vezes, para além dos limites do seu fôlego.
Eu era muito amigo dele.
Durante a minha adolescência, saído das aulas, passava lá a cumprimentá-lo e a olhar para as máquinas que se iam sucedendo e que o levariam a conquistar mais um troféu: Kreidler, Zundapp, Casal e, mais recentemente, a gloriosa Derbi, uma víbora no asfalto. Quando o Costa dava ao kix, o cheiro a óleo de rícino provocava-me a alucinações de velocidade e perigo; rodava o manípulo do acelerador e quando tocava as dezasseis mil rotações por minuto, a fachada da Sé reflectia e multiplicava o seu rugir e então todo o meu corpo todo era um tímpano e eu sentia arrepios de medo, mesmo estando parado, com os pés na terra.
Em pista era feroz e excessivo. Caía frequentemente, sempre a velocidades que os adversários reconheciam temerárias. Voltava a montar e seguia. Voltava a caír. Perdia a corrida, perdia mais um dedo mas, na corrida seguinte guiava com os que restavam. Ganhava. Semanas depois voltava a caír. Se a máquina ficasse em condições voltava a arrancar; voltas de atraso a perseguir uma vitória impossível. Voltava a ganhar. Na corrida seguinte tinha de encostar à berma com o motor gripado pelos excessos com que as suas rigorosas serras, limas, lixas, chaves e enorme raiva de ganhar passavam os limites do pequeno coração de ferro. 
Havia prata e borracha, louros e alumínio, havia sangue nos paralelos, suor na gasolina e lágrimas no óleo derramado.
Aos motores das suas glórias e das suas desistências, vi-os eu desmontados, peça por peça, para abertura de janelas de admissão ou de escape, para melhor polimento de cilindros ou pistões, para alteração de carretos da caixa de velocidades, sempre no encalço do impossível, em trechos que ele, curva a curva, conhecia pelo raio, inclinação, pela aspereza do piso, pelo ressalto das lombas, pela fundura das poças.
Os motores abrandaram e foram-se calando. 
As motas que vinham do futuro foram-se cobrindo de saudade. 
As portas da oficina fecharam-se para seu descanso e dos fiéis da Sé.
Abriu um stand de venda de usados. 
Fechou.
Passeou, bem vestido, pela cidade, calmamente. 
A cada passo me convidava para ir ver um museu de si mesmo, por si fundado e mantido: taças de prata, outras de lata, medalhas, louros a preto e branco, outros a cores— só em fotografia, porque os louros secam e esmigalham-se.
Nunca cheguei a ir visitar o retábulo que só por suas palavras conheço, provavelmente coberto agora pelo pó do tempo.
Ontem, o Costa morreu. 
Deixou-me no liceu a nostalgia do óleo de rícino queimado na corrida perdida, da curva dada com o patim a faiscar no paralelo, da saída centrífuga pela linha de corda riscada no asfalto por rastos de borracha e aço.
É provável que durante alguns meses — ou semanas — a galeria dos seus troféus e máquinas persista na ordem por que foi deixada. Depois virão senhorios ou herdeiros, medirão o espaço; dirão que “a vida continua”. 
Há-de haver um baixo húmido onde o verdete e a ferrugem possam fazer paulatinamente o seu trabalho— sim, o verdete e a ferrugem nunca faltam ao trabalho e os sucateiros também não, e virão de certo—assim o façam o Clube Automóvel, o Pelouro da Cultura da CMVR, ou “Museu da Cidade”.
(... a propósito, onde é isso?). 
Depois, os restos se espalharão pelas feiras de velharias na direcção do esquecimento.
Então, a identidade desportiva, ou cultural, ou técnica, da Cidade abrirá uma página branca no seu livro e escreverá sobre este seu altíssimo vulto, o que eu escrevo hoje:
“ Adeus Costa Paulo”."

IN:

Paulo Vaz de Carvalho

 

 

 http://manueldinis.blogs.sapo.pt/o-circuito-aos-olhos-de-costa-paulo-843510

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http://manueldinis.blogs.sapo.pt/medalha-de-ouro-de-merito-municipal-377267

 

 

http://manueldinis.blogs.sapo.pt/1986-viila-real-motos-50-80-racing-843009

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http://manueldinis.blogs.sapo.pt/fundadores-do-clube-automovel-de-vila-835248

38º encontro de classicos alem corgo outubro 2012 171.jpg

http://manueldinis.blogs.sapo.pt/177256.html

 

 

costa paulo.jpgComecei a época de corridas de "feira" no ano de 1972 nas Caldas das Taipas..  Costa Paulo.

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 CAVR

 

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A última corrida de Costa Paulo em Vila Real 

 http://manueldinis.blogs.sapo.pt/1987-circuito-internacional-de-vila-244869

 


publicado por dinis às 22:26
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Segunda-feira, 24 de Novembro de 2014

Corridas - motos - Vila Real 1987

Corridas - motos - Vila Real 1987

Circuito Internacional de Vila Real

 Por

Adérito Silveira

 


publicado por dinis às 19:17
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Sábado, 8 de Novembro de 2014

José Pereira

José Pereira

“O José Pereira

Quem o viu correr nos anos 80 em 50 cc e 80 cc, diz ele que era imbatível “

 É a capa da revista Só Clássicas onde se encontra a entrevista a José Pereira

“(…)A licença desportiva

Em 1975, com 14 anos, dois anos antes do que era possível na altura, Zé conseguiu a sua primeira licença desportiva! Entre os serviços da oficina do pai incluía-se o tratar das cartas de condução municipais, para veículos ate 50cc. A única coisa que era necessária era o BI da pessoa, duas fotos “photomaton”, e os 80 escudos da praxe. Arriscamos, diz ele, mas lá na camara ninguém deu por nada e lá veio a minha carta de condução. Com ela na mão, foi só pedir a licença desportiva e já está! (…)

In: Só Clássicas nº 38 de 2014

Por Vila Real foi assim:

1978 Agrupamento A

4º José Pereira

1980 50 Internacional

10º Flandria

1980

50 racing

1º Racing Vicente

1981

50 cc

 1º

50cc Campeonato da Europa

1984

80cc José Pereira Kreidler fez o melhor tempo nos treinos mas a bomba de água impediu-o de fazer a prova.

1985 em 250 racing fez a volta mais rápida e foi o vencedor

1986 250 racing Yamaha

1986 também em 250 racing fez a volta mais rápida, mas, abandonou depois de comandar a prova . O recorde continua a ser o seu mas não baixou o obtido no ano anterior

1987 troféu Lubritex  onde venceu as duas corridas

1989 é segundo em 80 livre com uma Casal

1990

Em 125 livre foi o vencedor com uma Aprilia

1991 nas Superbikes foi segundo na primeira manga e terceiro na segunda manga.

Volta em 1993 a Vila Real para inaugurar o novo circuito de Vila Real com uma Yamaha  YZF mas não foi bem sucedido. Ma primeira manga partiu algo. E na segunda manga, depois de a comandar, abandona também com problemas mecânicos.

motos vila real.jpg

 


publicado por dinis às 01:40
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Segunda-feira, 20 de Janeiro de 2014

1987 Circuito internacional de Vila Real Motos

1987 Circuito internacional de Vila Real 

12º Circuito de Vila Real Motos

António Pinto da Costa Paulo, participou regularmente entre 1954 e 1988 em diversos campeonatos de motociclismo e por vezes em provas de perícia automóvel, conquistando cerca de 142 taças e troféus.

Entre 1953 e 1988, participou em provas organizadas um pouco por quase todo o território nacional. A sua primeira prova foi na Régua, no longínquo ano de 1953, e prossegui por Vila Real, a sua terra natal, onde organizou e participou nos vários circuitos citadinos, até ao Autódromo do Estoril, onde foi o primeiro vencedor, 1972, iniciando o livro de Ouro dos Vencedores do Autódromo ao lado de Àngel Nieto, o vencedor da prova internacional e no final da época o conquista o almejado título de Campeão Nacional.

 Ao longo dos vários circuitos citadinos como os de Vila do Conde, Bragança, Mogadouro, Valpaços, Chaves, Amarante, Vila Meã, Aparecida, Penafiel, Paredes, Felgueiras, Caldas das Taipas, Guimarães, Barcelos, Mindelo, Santa Isabel, S. João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Águeda, Coimbra, Cascais, Mira - Tejo, Oeiras, Santo André – Sines, Sátão - Viseu e Rampa de S. Lourenço, foram o palco de inúmeras alegrias, mas também tristezas estão presentes nas taças e troféus orgulhosamente exibidas no seu “Particular Museum Costa Paulo”.    

Além-fronteiras participou como piloto, ou na qualidade de Delegado, Comissario Técnico ou Comissario Desportivo.

Como não seria de esperar, foi em Vila Real, no ano de 1987 que se despediu do motociclismo, durante o circuito em que foi o director de prova em vários anos e este ano organizada pelo Real Moto Clube, uma dissidência do Clube Automóvel de Vila Real do qual também foi fundador e sócio n.º 1.

Assim a prova de 80 c.c. Racing a lista de inscritos contou com mais um piloto e como diz Costa Paulo:

- “Festa de homenagem no Circuito Internacional de Vila Real, corri com uma moto gentilmente oferecida pela Honrosa Fábrica da Metra-Kit de Barcelona, equipa devidamente organizada com camião, duas motos e dois mecânicos técnicos especializados; quarto na grelha de partida; dada a partida saí em último lugar premeditadamente entre 36 pilotos; à primeira volta passei em 7º, acabando em segundo lugar, conseguindo o melhor resultado de sempre para a equipa da Metra-Kit , a estes minha gratidão”.

 

António Pinto da Costa Paulo em Metra Kit Huvo Casal

O vencedor foi Alexandre Laranjeira, na qual se sagrou Campeão Nacional com uma Casal.


publicado por dinis às 23:10
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Sexta-feira, 6 de Dezembro de 2013

XXIX Circuito Vila Real 1987

XXIX Circuito Vila Real 1987

Cartaz para o circuito de 1987 e retirado da capa de um livro das corridas.

Com provas a contar para o Campeonato Nacional de Turismo e Produção

Troféus nacionais Visa e Toyota 


publicado por dinis às 23:06
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