L’ Automobile Junho de 1966
Uma das revistas mais vista e “revista” naquele ano de 1966 e mesmo depois.
Como todos os meses o L’ Automobile era exposto, dependurada por uma mola nas portas do Bragança, um quiosque onde se vendia um pouco de tudo: revistas, livros, artigos escolares, miniaturas, brinquedos (uma folha de 25 linhas, uma folha de papel azul, um selo, um envelope, um postal, um ponteiro, cromos, sei lá… tudo o que fosse preciso… e muitos brinquedos nas prateleiras debaixo. No andar de cima, a sua esposa, cabeleireira, era uma visita por vezes das nossas mães que de vez em quando nos surpreendiam com um brinquedo ou então com uma guloseima na pastelaria mais próxima, isto muito raramente, porque as idas ao cabeleireiro também o eram.
Actualmente ainda mantêm alguns dos traços antigos, incluindo a máquina de registar para a qual contribuí várias vezes, pois foi ali que iniciei as minhas intermináveis colecções.
Nunca me lembro de aquilo ter outra actividade, mas em conversa no local, fiquei a saber que antigamente o quiosque era uma barbearia afamada e das mais chique da cidade. Era um salão com espelhos à sua volta, muito bem iluminado e decorado. Aí se arranjavam as unhas e outros serviços dedicados à beleza corporal. Nesse salão à entrada, havia um pequeno canto para vender tabaco, jornais e revistas e outras miudezas.
Entre nós, dizia-se “ Não tens, vai ao Bragança”.
Por lá passeai várias vezes e habituei-me a “adorar” as suas montras, repleta de novidades, entre elas os desejados e caríssimos carrinhos de ferro.
Aberto todos os dias, a quase toda a hora, incluindo sábados e domingos, os seus proprietários revezavam-se com uma empregada que pontualmente, com o balcão cheio de jornais ou revistas recém-chegadas, alinhava, ordenava, escrevia a lápis o preço e retirava as encomendas “assinaturas” que religiosamente guardava e posteriormente entregava aos clientes. Aos potenciais comparadores, deixava-os folhear e entusiasmarem-se com as revistas.
Ao lado eram as revistas de banda desenhada, os famosos “cowboys” do oeste americano,Fantasma, Zorro, mas também Zé Carioca, Tio Patinhas, Mundo Motorizado, lá estava o L’ Automobile, revista muito desejada com um suplemento sobre o desporto automóvel muito especial o Sport Mecanique e que podia ser adquirida por 27$50.
Na capa, o Cobra 7 litres, era a atracção principal assim como a antevisão das 24 horas de Le Mans assinada por Cristian Moity onde se encontravam algumas das máquinas que só passariam por cá nos anos seguintes.
Nas longas e intermináveis cavaqueiras nos cafés e esplanadas da nossa cidade, e que me dá muito gozo em recordar, um dos temas principais eram os Formula 3 e tudo o que encontrávamos servia para imaginar como iriam ser aqueles estranhos veículos com as rodas de fora.
A página referente à prova de Monaco e as fotografias ajudaram em muito a um melhor conhecimento daquela modalidade, enquanto outros recordavam a s corridas do ano passado em Cascais, o vencedor Rodney Banting que não estava incrito, John Fenning 2º, do português Felipe Nogueira 4º, o americano Steve Matchett, e do britânico Tim Cash.
Mas era o AC Cobra o mais desejado e por alguns comentado era a prestação do AC Ford de António Herédia em Cascais e que pouco tempo depois ardeu.
Outro AC Cobra muito falado era o de Bob Olthoff , um fazendeiro sul-africano e especialista em Cortinas, muito gabado pelos angolanos em férias na metrópole, em especial por um amigo que foi a Inglaterra buscar um Ford Cortina Lotus MK II para levar para Angola para dar “cartas” aos “Perana” e nos proporcionou umas agradáveis voltas ao circuito e também alguns sustos. O Ac Cobra foi alvo de um insólito capotamento do camião que o transportava para a corrida de Cascais em 1964 na qual só fez uma volta depois do motor “ter dado o berro”, após ter partido da primeira fila.
Por cá também o esperávamos…o que só aconteceu em 1967.
Circuito Internacional de Vila Real 1967
Postal dedicado às corridas de Vila Real.
Reprodução de um postal dedicado às corridas de Vila Real, onde podemos ver em acção os bólides da Fórmula 3. Enquanto decorriam as corridas, voava nos céus da nossa cidade em missão de observação, o helicóptero da Força Aérea Portuguesa, um Allouette muito utilizado em várias missões nas antigas Províncias Ultramarinas, incluindo as de busca e salvamento. Portugal foi o primeiro país a utiliza-lo em combate.
A fotografia deve ter sido obtida em 1967, naquela que foi a primeira corrida internacional de Ronnie Peterson.
O postal foi editado pela Libraria e Papelaria Branco e circulou a partir do final dos anos sessenta, princípio dos anos setenta.
My side of the Story
O livro de
Michael Grace de'Udy
Na capa uma foto em Vila Real de 1967
Nome Michael de'Udy
Profissão ex- racing driver
"Born in England on 27th April 1941, his early years were spent in Bermuda, later attending school in England. He has lived in Johannesburg, Cape Town, Australia, New Jersey, Chicago and currently lives in New York. He was educated at Worth Priory in Sussex, Fort Augustus Abbey in Inverness-shire and Millfield School in Somerset. After he graduated from the Jim Russell Racing Drivers School in the 60s, his motor racing career began. He retired from motor racing at the age of 30 (a difficult decision to make at the time).
Cars: Ferrari 250 GTO, Ford Mustang Boss, Porsche 904 GTS and the 906, Lola T70. Tracks: Kyalami, Killarney, Roy Hesketh, Silverstone, Crystal Palace, Brands Hatch, Lourenco Marques, Kumalo, Zeltweg, Vila Real, Rheims, Bulawayo, Nurburgring, Mugello, Castle Combe, Mallory Park, Sebring. Co-Drivers: Frank Gardner, Peter De Klerk, Hugh Dibley, Paul Hawkins, David Piper, Mike Hailwood, Colin Davis.
South African Land Speed Record 1968, Lola T70 - 191.8 mph"
In:
http://br.blurb.com/user/store/cyberbella
14º Circuito de Vila Real
Vinheta para colar no vidro dos veículos automóveis
XIV Circuito Internacional de Vial Real
“É CADA VEZ MAIOR O NÚMERO DE INSCRIÇOES DE VOLANTES ESTRANJEIROS NO CIRCUITO INTERNACIONAL
VILA REAL - Tomam proporções grandiosas os trabalhos que estão a ser levados a efeito pela comissão organizadora do XIV Circuito Internacional de Vial Real.
A pista da capital transmontana, que tem sido alvo de rasgados elogios pelos mais consagrados volantes mundiais, não se cansam de a colocar entre as mais famosas do mundo, e tem merecido especial atenção do Ministério das Obras Publicas, beneficiou no corrente ano de mais um magnifico melhoramento, por intermédio da Junta Auton0oma de Estradas. Com efeito esta já em andamento a cobertura de um troço de 250 metros com nova camada de betuminoso – o único de todo o circuito que realmente necessita de tal melhoramento, e se encontra junto do cruzamento da estrada de Chaves, no conhecido cruzamento da Timpeira.
Dois mil contos é a verba que os organizadores antevêem com toda a justificação necessária para a realização de todas as provas.
Só em prémios por regulamento estão estabelecidos mais de 850 contos, a que se juntam cerca de 150 contos para taças. Pelas presenças dos concorrentes, os organizadores teem de despender cerca de 400 a 450 mil escudos, verbas que, só por si significam o alcance das provas, a que devemos juntar, também, o prémio da apólice. O arrojo dos organizadores – uma dúzia de vila-realenses bairristas e desportistas – merecem todo o apoio e aplauso. O risco da organização é grande, sob o ponto de vista financeiro, mas a comissão executiva não se cansa de melhorar e impulsionar tudo quanto venha a melhorar o aspecto e a classe do circuito.(…)”
In jornal que desconheço
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