Fórmula V
Na grelha de partida, Filipe Nogueira conversa com João Lacerda, o fundador do Museu do Caramulo,
13º Circuito de Vila Real 1966
XIII CIRCUITO INTERNACIONAL DE AUTOMOVEIS
“DESPORTO MOTORIZADO
DE NOVO CORRIDAS EM VILA REAL
FORMULA 3, GRANDE TURISMO,
TURISMO E FORMULA V
Quando apareceu o programa no Excelsior,foi o delirio, iriamos ver novamente os mais belos carros de corida de então.
"Depois de oito anos de interregno – lamentado e lamentável -, vamos voltar a ter, dentro de dias, corridas de automóveis em Vila Real, a cidade transmontana a que em tempos se chamava «a capital dos desportos mecânicos em Portugal». Realmente, nos anos 30, as corridas de Vila Real gozaram de grande aura. Foi também o tempo glorioso de Vasco Sameiro, vencedor em 32, 33, 36, 37, 38 - Algumas vezes em luta com «volantes» estrangeiros. As corridas de Vila Real atraiam a cidade do Marão milhares e milhares de forasteiros – e eram, de facto, a grande festa do automobilismo no nosso país e igualmente o mais importante acontecimento (desportivo ou não) daquelas paragens. São tempos, de facto, que não se lembram sem uma ponta de saudade.
Terminada a segunda grande guerra, realizou-se de novo o circuito em 1949, com gente da casa, com muitos carros do passado – e a vitória de José Cabral, um estreante em competições do género. Até 1952 a prova efectuou-se então anualmente em Vila Real teve na sua pista alguns «volantes» estrangeiros de certa nomeada. Era a época dos italianos. Eles e os seus carros estavam na moda – aliás justificadamente. Em 50, Pietro Carini – o temporalmente Carini – ganhou a corrida ao volante de um «Osca-Maserati». No ano seguinte a Vitória sorriu a Giovanni Braco, o corredor que, tenso até então participado em dezenas de competições e sendo um bom campeão de montanha, veio a Portugal vencer ao primeiro circuito da sua carreira. Em 52, o triunfo sorriu as cores nacionais. Casimiro de Oliveira «Ferrari». Dominou todos os restantes concorrentes – e venceu bem.
A seguir, dá-se outro interregno, provocado pela necessidade de proceder a obras de beneficiação da pista, que de facto, quando em 1958 se voltou a correr nela, estava em condições magníficas. As suas características de circuito variado tinham sido bastante melhoradas. E os estrangeiros que até nós então vieram não se cansaram de elogiar a bela pista de corridas. Ganhou Stirling Moss nesse ano, tripulando um «Maserati» - carro que, mais tarde, haveria de voltar a Portugal, para recolher ao Museu do caramulo, onde é, inegavelmente, uma das peças de maior interesse.
E em 1958 se ficou o circuito de Vila Real. Até hoje. Não obstante as muitas palavras de incentivo que, ao longo destes oito anos, se dirigiram aos vilrealenses, procurando insuflar-lhes um pouco de entusiasmo, que parecia faltar-lhes, o certo é que só agora foi possível organizar novamente corridas de automóveis na antiga e bela pista transmontana. É lastimável que tenham perdido tantos anos ingloriamente – mas louvemos os homens e as entidades que lançaram este ano mãos á obra reatando uma tradição que nunca deveria ter sido interrompida. Vila Real está, pois, de parabéns – e só há que desejar que, mal, no próximo dia 10 termine a última corrida, se comece logo a trabalhar nas do próximo ano. Só assim será possível que Vila Real torne lembrado o titulo que nos anos 30 tão merecidamente soubera conquistar".
In: Mundo Motorizado, 5 Jul 1966
Comissão Organizadora
Eng. Pedro Manuel Alvellos
Rodrigo Botelho Ferreira de Araújo
Francisco António Oliveira Teixeira
António César de Oliveira Sampaio
Manuel António Teixeira Serôdio
António João Martins
Luís Maria Fernandes Faceira
Armando Lima Sampaio
Dinis Cardoso Cortez
José Augusto Rosa de Queirós
Dr. José Borges Rebelo
Alguns postais de Vila Real da época, na qual passei a minha juventude… na qual a Avenida Carvalho Araújo e o Largo de Camões era o meu “quintal”.
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. 13º Circuito de Vila Real...