Frank Williams na sua passagem por Vila Real 1942 – 2021
Frank Williams na sua passagem por Vila Real saldou-se por um despiste nos treinos.
Piloto, mecânico, empresário, fundador e chefe de equipe que tem o seu nome e com um grande legado na Formula 1, Frank Williams faleceu aos 79 anos de idade.
Até um dia.
“Ernesto Neves o Homem das 77 vitórias”
No AutoSport Histórico nº 1920 de 15 de Outubro de 2014
Presente em Vila Real desde 1966 na prova, Turismo em Morris Cooper S "Broadspeed" e por vezes em todas as provas, tornou-se num herói nacional. O ídolo na década de setenta após vários segundos lugares venceu à geral em Vial Real:
1969 Fórmula V Palma V
1970 Turismo Especial Ford Escort TC
Fórmula V Palma V
Fórmula Ford Lotus 61 M após desqualificação de Christian Melville
1971 Fórmula Ford e V
1972
Turismo Grupo 1
L’ Automobile Junho de 1966
Uma das revistas mais vista e “revista” naquele ano de 1966 e mesmo depois.
Como todos os meses o L’ Automobile era exposto, dependurada por uma mola nas portas do Bragança, um quiosque onde se vendia um pouco de tudo: revistas, livros, artigos escolares, miniaturas, brinquedos (uma folha de 25 linhas, uma folha de papel azul, um selo, um envelope, um postal, um ponteiro, cromos, sei lá… tudo o que fosse preciso… e muitos brinquedos nas prateleiras debaixo. No andar de cima, a sua esposa, cabeleireira, era uma visita por vezes das nossas mães que de vez em quando nos surpreendiam com um brinquedo ou então com uma guloseima na pastelaria mais próxima, isto muito raramente, porque as idas ao cabeleireiro também o eram.
Actualmente ainda mantêm alguns dos traços antigos, incluindo a máquina de registar para a qual contribuí várias vezes, pois foi ali que iniciei as minhas intermináveis colecções.
Nunca me lembro de aquilo ter outra actividade, mas em conversa no local, fiquei a saber que antigamente o quiosque era uma barbearia afamada e das mais chique da cidade. Era um salão com espelhos à sua volta, muito bem iluminado e decorado. Aí se arranjavam as unhas e outros serviços dedicados à beleza corporal. Nesse salão à entrada, havia um pequeno canto para vender tabaco, jornais e revistas e outras miudezas.
Entre nós, dizia-se “ Não tens, vai ao Bragança”.
Por lá passeai várias vezes e habituei-me a “adorar” as suas montras, repleta de novidades, entre elas os desejados e caríssimos carrinhos de ferro.
Aberto todos os dias, a quase toda a hora, incluindo sábados e domingos, os seus proprietários revezavam-se com uma empregada que pontualmente, com o balcão cheio de jornais ou revistas recém-chegadas, alinhava, ordenava, escrevia a lápis o preço e retirava as encomendas “assinaturas” que religiosamente guardava e posteriormente entregava aos clientes. Aos potenciais comparadores, deixava-os folhear e entusiasmarem-se com as revistas.
Ao lado eram as revistas de banda desenhada, os famosos “cowboys” do oeste americano,Fantasma, Zorro, mas também Zé Carioca, Tio Patinhas, Mundo Motorizado, lá estava o L’ Automobile, revista muito desejada com um suplemento sobre o desporto automóvel muito especial o Sport Mecanique e que podia ser adquirida por 27$50.
Na capa, o Cobra 7 litres, era a atracção principal assim como a antevisão das 24 horas de Le Mans assinada por Cristian Moity onde se encontravam algumas das máquinas que só passariam por cá nos anos seguintes.
Nas longas e intermináveis cavaqueiras nos cafés e esplanadas da nossa cidade, e que me dá muito gozo em recordar, um dos temas principais eram os Formula 3 e tudo o que encontrávamos servia para imaginar como iriam ser aqueles estranhos veículos com as rodas de fora.
A página referente à prova de Monaco e as fotografias ajudaram em muito a um melhor conhecimento daquela modalidade, enquanto outros recordavam a s corridas do ano passado em Cascais, o vencedor Rodney Banting que não estava incrito, John Fenning 2º, do português Felipe Nogueira 4º, o americano Steve Matchett, e do britânico Tim Cash.
Mas era o AC Cobra o mais desejado e por alguns comentado era a prestação do AC Ford de António Herédia em Cascais e que pouco tempo depois ardeu.
Outro AC Cobra muito falado era o de Bob Olthoff , um fazendeiro sul-africano e especialista em Cortinas, muito gabado pelos angolanos em férias na metrópole, em especial por um amigo que foi a Inglaterra buscar um Ford Cortina Lotus MK II para levar para Angola para dar “cartas” aos “Perana” e nos proporcionou umas agradáveis voltas ao circuito e também alguns sustos. O Ac Cobra foi alvo de um insólito capotamento do camião que o transportava para a corrida de Cascais em 1964 na qual só fez uma volta depois do motor “ter dado o berro”, após ter partido da primeira fila.
Por cá também o esperávamos…o que só aconteceu em 1967.
13º Circuito de Vila Real 1966
XIII CIRCUITO INTERNACIONAL DE AUTOMOVEIS
“DESPORTO MOTORIZADO
DE NOVO CORRIDAS EM VILA REAL
FORMULA 3, GRANDE TURISMO,
TURISMO E FORMULA V
Quando apareceu o programa no Excelsior,foi o delirio, iriamos ver novamente os mais belos carros de corida de então.
"Depois de oito anos de interregno – lamentado e lamentável -, vamos voltar a ter, dentro de dias, corridas de automóveis em Vila Real, a cidade transmontana a que em tempos se chamava «a capital dos desportos mecânicos em Portugal». Realmente, nos anos 30, as corridas de Vila Real gozaram de grande aura. Foi também o tempo glorioso de Vasco Sameiro, vencedor em 32, 33, 36, 37, 38 - Algumas vezes em luta com «volantes» estrangeiros. As corridas de Vila Real atraiam a cidade do Marão milhares e milhares de forasteiros – e eram, de facto, a grande festa do automobilismo no nosso país e igualmente o mais importante acontecimento (desportivo ou não) daquelas paragens. São tempos, de facto, que não se lembram sem uma ponta de saudade.
Terminada a segunda grande guerra, realizou-se de novo o circuito em 1949, com gente da casa, com muitos carros do passado – e a vitória de José Cabral, um estreante em competições do género. Até 1952 a prova efectuou-se então anualmente em Vila Real teve na sua pista alguns «volantes» estrangeiros de certa nomeada. Era a época dos italianos. Eles e os seus carros estavam na moda – aliás justificadamente. Em 50, Pietro Carini – o temporalmente Carini – ganhou a corrida ao volante de um «Osca-Maserati». No ano seguinte a Vitória sorriu a Giovanni Braco, o corredor que, tenso até então participado em dezenas de competições e sendo um bom campeão de montanha, veio a Portugal vencer ao primeiro circuito da sua carreira. Em 52, o triunfo sorriu as cores nacionais. Casimiro de Oliveira «Ferrari». Dominou todos os restantes concorrentes – e venceu bem.
A seguir, dá-se outro interregno, provocado pela necessidade de proceder a obras de beneficiação da pista, que de facto, quando em 1958 se voltou a correr nela, estava em condições magníficas. As suas características de circuito variado tinham sido bastante melhoradas. E os estrangeiros que até nós então vieram não se cansaram de elogiar a bela pista de corridas. Ganhou Stirling Moss nesse ano, tripulando um «Maserati» - carro que, mais tarde, haveria de voltar a Portugal, para recolher ao Museu do caramulo, onde é, inegavelmente, uma das peças de maior interesse.
E em 1958 se ficou o circuito de Vila Real. Até hoje. Não obstante as muitas palavras de incentivo que, ao longo destes oito anos, se dirigiram aos vilrealenses, procurando insuflar-lhes um pouco de entusiasmo, que parecia faltar-lhes, o certo é que só agora foi possível organizar novamente corridas de automóveis na antiga e bela pista transmontana. É lastimável que tenham perdido tantos anos ingloriamente – mas louvemos os homens e as entidades que lançaram este ano mãos á obra reatando uma tradição que nunca deveria ter sido interrompida. Vila Real está, pois, de parabéns – e só há que desejar que, mal, no próximo dia 10 termine a última corrida, se comece logo a trabalhar nas do próximo ano. Só assim será possível que Vila Real torne lembrado o titulo que nos anos 30 tão merecidamente soubera conquistar".
In: Mundo Motorizado, 5 Jul 1966
Comissão Organizadora
Eng. Pedro Manuel Alvellos
Rodrigo Botelho Ferreira de Araújo
Francisco António Oliveira Teixeira
António César de Oliveira Sampaio
Manuel António Teixeira Serôdio
António João Martins
Luís Maria Fernandes Faceira
Armando Lima Sampaio
Dinis Cardoso Cortez
José Augusto Rosa de Queirós
Dr. José Borges Rebelo
Alguns postais de Vila Real da época, na qual passei a minha juventude… na qual a Avenida Carvalho Araújo e o Largo de Camões era o meu “quintal”.
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