A festa da minha aldeia, Santa Luzia - Vila Nova de Cima
Do avô para os netos
Num dos mais belos outeiros Vila-realenses, surge na vertente Oeste-Sudoeste uma das mais encantadoras aldeias transmontanas, Vila Nova.
Identificadas pela fisionomia do terreno, encontramos dois aglomerados populacionais, Vila Nova de Cima e Vila Nova de Baixo, cujas origens se perdem ao longo dos tempos, na antiga Vila Nova de Panoias. Actualmente quase indistintos, desenvolveram-se ao longo dos anos, pelos numerosos habitantes, atraídos pela amplitude da verdejante paisagem, convidativo sossego e saudável ar puro.
No alto da sua vistosa colina, encontra-se a capela de Nossa Senhora dos Remédios, local de recolhimento, encanto e mistério.
Em meados dos anos vinte, uma nova "filha" ocupará para sempre o coração deste povo, acolhendo-A estusiasticamente, numa alegria própria de tão solene acontecimento.
Como de costume os tradicionais festejos em honra de Santa Luzia, encontravam-se ao cuidado de uma comissão de festas composta por elementos das freguesias de Folhadela e Ermida.
Representada numa artística imagem, esculpida em pedra, com pouco mais de um metro, revelava com sobriedade as suas remotas origens. Com todo o seu esplendor e rara beleza, escutava todos os que se lhe dirigiam, principalmente aqueles que se encontram na eminência de perder a visão.
Próximo da casa do guarda da C.P., nas Penelas, encontra-se a sua capela, circundada pela linha de caminho de ferro e dissimulada num jardim de oliveiras, é local de encontro anual a 13 de Dezembro, para uma das mais solenes festividades religiosas.
Inúmeros peregrinos caminhavam entre os diversos socalcos, ao longo de estreitos e sinuosos caminhos, onde a irreverência da rapaziada, se confundida com a alegria e o cuidado dos adultos. Outros, experimentavam pela primeira vez a vertiginosa velocidade do comboio, numa memorável e quantas vezes, única viagem.
Campos desertos, um frio de enregelar, tudo e todos, aconselhando o calor do lar. Enquanto os dias aguardavam o solstício do Inverno e consequente aproximação das esperadas festividades.
O dia começara bem cedo principalmente para os mordomos que, tradicionalmente ao raiar do dia, abriam as portas, iniciando as tradicionais festividades. Por entre a penumbra do amanhecer surge a capela, altiva e misteriosa, como que a querer esconder o mistério que para sempre a envolverá. Perante o espanto e a surpresa geral, numerosos devotos, tomam conhecimento, estupefacto, enquanto observam atónito o insólito acontecimento:
- Porta arrombada e a constatação do inacreditável:
- Falta da sua venerada santa.
Várias foram as diligências então tomadas, mas o que é certo é que o mistério nunca se resolveu, contribuindo para as inúmeras histórias que ao longo dos anos alimentaram as mais diversas conversas.
Nos anos seguintes, Vila Nova e Ermida, passam a celebrar a efeméride, enquanto a primitiva capela se vai deteriorando, com o decorrer dos tempos.
Avô, conta mais uma história…
Filipe, Cristina, Mário e Emanuel Dinis,
Nené
Publicado no jornal de Folhadela no final do século passado.
Conto de Mário Rodrigues Diniz
No século XIX o culto a Santa Luzia também era realizado na igreja de Santo António, no Calvário, em Vila Real a par da romaria á capela de sua invocação em Penelas, localidade pertencente na época á freguesia de Folhadela e agora partilhada com a da Ermida.
Com a chegada do caminho-de-ferro a Vila Real a 1 de Abril de 1906, a Linha do Corgo passou a servir a capela na estação de Carrazedo. Naquele que foi o primeiro traçado de via estreita construído e explorado pelo Estado Português.
Hoje visitei pela primeira vez a velha capela de Santa Luzia nas Penelas que tanto o meu pai falava. Havia uma imagem da Santa, muito valiosa que foi roubada, embora houvesse gente que sabia do seu paradeiro, mas o que é certo . a Santa Luzia nunca mais apareceu e a capela hoje, encontra-se em ruínas.
Mosteiro de Santa Clara (século XVII)
Vila Real : Convento da Santa Clara
Edição : Ourivesaria Soares
O mosteiro de Santa Clara, da invocação de Nossa Senhora do Amparo, pertencia à Ordem das Clarissas, também chamadas Claristas, do nome da primeira freira professa, Santa Clara de Assis.
Foi seu instituidor o padre Jerónimo Rodrigues, cónego da colegiada de Nossa Senhora da Oliveira de Guimarães, abade de S. Miguel de Serzedo, e natural de Vila Real.
Segundo a inscrição que se encontrava gravada no interior da sua igreja, o mosteiro teria sido fundado e edificado em 1603. Ora, de acordo com a Rellação e outras fontes, a sua construção iniciou-se em 1602 e, em 1608, foi examinado pelas autoridades locais e considerado apto a receber as primeiras freiras.
Este convento localizava-se ao cimo do Campo do Tabolado, na rua do Carvalho, formando ângulo com a quelha dos Quinchorros.
Jerónimo Rodrigues, ao falecer, dotou o convento com 50 000 réis anuais e exarou no seu testamento uma escritura de instituição do padroado do mosteiro de Santa Clara, com 18 capítulos, os quais foram confirmados pelo arcebispo de Braga, e sentenciados, em 1609, pelo tribunal da Relação bracarense. Em 1721, o mosteiro tinha 65 religiosas a disposição do fundador, neste caso, tinha sido revogada por breves apostólicos -, e era seu padroeiro Francisco Botelho Monteiro de Lucena.
Em 1855, quando se encontrava habitado por uma só freira, esta casa religiosa passou ao Estado que, no mesmo ano, a cedeu às recolhidas de Nossa Senhora das Dores.
Por fim, em 1926, o mosteiro foi demolido para a construção do paço episcopal da diocese de Vila Real e do seminário de Santa Clara.
"Memórias de Vila Real", de Fernando de Sousa e Silva Gonçalves
Capela e
imagem de Santa Luzia em Vila Nova no dia da festa
Hino
Salve, salve, Luzia bendita,
Linda Estrela de intenso fulgor,
A guiar quem na terra milita
Pela paz, pelo bem, pelo amor
Castro lírio de intenso perfume,
Nos jardins lá do céu a brilhar
Tua vida em amor se resume
Virgem mártir de glória sem par.
Ó Virgem mártir
Santa Luzia
És nossa esperança,
Nossa Alegria.
Escuta as preces
Do povo teu
E vem guiar-nos
Da terra ao Céu
Ao Céu ao Céu
Não temeste no mundo a fogueira
Que o tirano a teus pés acendeu
Levantaste bem alto a bandeira
Da pureza, divino troféu.
Um milagre quis Deus que viesse
Demonstrar teu valor singular,
Virgem Mártir, escuta esta prece
Nos combates que iremos travar
Coro
Vila Nova 13 de Dezembro
Im
Verso da estampa de Santa Luzia
Pitos de Santa Luzia
"Santa Luzia e São Brás
fazem um par bem bonito
o santo oferece-lhe a gancha
a santa promete-lhe o pito"
No dia de Santa Luzia, 13 de Dezembro, em Vila Real, manda a tradição que as raparigas ofereçam o pito aos rapazes seus eleitos, para que no dia 3 de Fevereiro, na festa de São Brás, os rapazes, retribuam a oferta com a gancha.
Atenção, o pito é um bolo recheado de doce de abóbora e, a gancha um rebuçado em forma de báculo bispal.
Lenda do pito de Santa Luzia claudia |
E assim os Pitos de Santa Luzia foram lhe consagrados, e como tal testemunha a festa que ainda hoje, a 13 de Dezembro, na capela de Vila Nova de Cima e na Ermida, ainda mantém a tradição.
Pitos de Santa Luzia
- 150gr farinha de trigo
- 75gr Manteiga sem sal (à temperatura ambiente)
- Água
- Sal refinado
- Doce de abóbora
- Açúcar em pó
Amassar a farinha com a manteiga e uma pitada de sal, delicadamente.
Juntar um pouco de água e amassar. Ir juntando a água até a massa deixar de pegar e ficar algo consistente.
Deixar descansar entre 15 a 20 minutos.
Untar um tabuleiro com um pouco de manteiga e polvilhar com farinha.
Estender a massa numa mesa polvilhada com farinha e corte-as em quadrados com 10cm de lado. No centro dos quadrados coloque uma colher pequena de doce de abóbora. Dobre as pontas para o centro, unindo-as de forma a formar uma trouxa.
Leve a forno já quente, a 160ºC, durante 15 minutos.
Não tosta nem ganha cor.
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