S. Martinho “Clássico” nas Barraquinhas Jalotas
Na antiga rua, outrora poeirenta, desciam os mineiros depois de um turno de trabalho, já lhe faltavam os carris que atravessavam o caminho e ligavam a serração, da qual já nem restos existem, à carpintaria. Carris esses, por onde as vagonetas eram puxadas por mulas e mais modernamente por máquinas eléctricas que transportavam a madeira de pinho para escorar as galerias, até ao poço de Santa Barbara. A madeira de pinho usada pra escorar as galerias , torna-se quase eterna para estes lugares, como todos sabem e principalmente os lisboetas em que parte da sua cidade se encontra edificada.
Uma rua nova, símbolo do progresso, perto do local onde existiu um grande buraco, que de um dia para o outro se abriu motivado pelo aluimento de terras, formou um poço sem fundo, que por lá existiu durante muitos anos e que segundo se dizia, terminava ao lado da primeira mina.
Do lado esquerdo, encontrei o saudoso Bairro da Companhia, já com poucas casas em madeira da época.
Um pouco mais abaixo, e junto da primeira entrada para as habitações, um velho caminho como o de outrora, que circundava a velha Garagem, onde por vezes era guardado o sumptuoso Rolls Royce dos “patrões”, onde mais a trás se encontrava o um velho compressor e umas instalações eléctricas, que segundo o meu Pai, ainda poderiam ser usadas em caso de necessidade. Tudo isto desapareceu, também o velho tanque de refrigeração, já fora de uso, e que constituíam os restos da primeira fase do início da mina. Mas, do outro lado, como a querer manter a força da natureza, ainda por lá se encontram os velhos castanheiros, agora acompanhados de alguns pinheiros.
No cruzamento, o velho campo de futebol, ainda utilizado, o largo e arredores serviam para as brincadeiras da pequenada, principalmente nos dias de festa.
Era o local de encontro e de passagem entre as duas aldeias. Junto, um conjunto de edifícios disposto em U, era onde se encontrava o refeitório destinado aos trabalhadores da empresa.
O refeitório era periodicamente transformado em sala de cinema, quando a furgoneta do cinema ambulante visitava o aldeamento. Um projector rústico, montado na hora, um lençol esticado na parede a fazer de tela e um filme desactualizado, longos momentos de espera e no meio de uma grande algazarra, iam gritando “começa, está na hora" até que chegava o silêncio total com o início das primeiras imagens. Era a alegria de todos, naquela noite.
Por altura do natal também se fazia ali a distribuição das prendas no Natal e por vezes incluía um filme para a pequenada.
Aquele conjunto de imóveis, era onde se localizava a oficina eléctrica, reparava principalmente os motores utilizados para retirar a água da mina, estes armazéns continuam na mesma, embora adaptados à nova realidade.
Mais à frente, na curva, estava a cantina, com todo o tipo de produtos disponíveis, desde a roupa para a mina, a produtos de primeira necessidade, vendidos a crédito a todos os trabalhadores, também desapareceu, bem como todo o complexo mineiro foi destruído e vendido, como dizia um antigo trabalhador:
“Venderam e levaram tudo e na casa do compressor até uma discoteca já lá funcionou”.
Mensalmente, junto da porta e na rampa, também se via uma longa fila de mineiros, a antever o dia de pagamentos.
Efectivamente, já não há nem restos da lavandaria. O segundo elevador já desapareceu bem como muitas das oficinas de apoio ao bem equipado complexo industrial, alguns edifícios ainda resistem como que a querer desafiar os homens e a oferecer uma segunda vida .
Restam no centro, agora Bairro do Branquinho, as casas onde funcionavam os escritórios, com destaque para o laboratório, onde fui muitas vezes buscar uns vasinhos pequenos e umas tigelas, muito uteis nas nossas brincadeiras
O edifício enfermaria onde se encontrava permanentemente o médico e o enfermeiro, em baixo, o bairro operário dos mineiros “Sainça” por lá ainda se encontram, mas sem o bulício e a alegria de outrora, com as mulheres a chamar pelos filhos, ou a limpar ou lavar a roupa no seu tanque comunitário.
O parque infantil era a delícia da pequenada e os baloiços, escorrera e cavalinhos, feitos nas oficinas locais eram a nossa alegria.
Também já la vão as típicas vedações de madeira e por vezes com arbustos.
As Minas de Jales, foi um complexo industrial com mais de um milhar de postos de trabalho, com sede em Lisboa e S. João da Madeira onde era feita a selecção dos componentes. Estava dotada permanentemente de um médico, uma enfermaria com um enfermeiro e de um Posto da PSP.
Na estrada nacional circulava diariamente um autocarro público que efectuava diariamente uma carreira entre Vila Pouca e o Pópulo. Existia ainda ao serviço dos trabalhadores das minas, havia também um autocarro particular que os transportava para as suas aldeias de origem, todos os dias, excepto ao Domingo, dia de descanso.
A “aldeia do mineiro” como era também conhecida foi nos seus tempos áureos uma aldeia próspera e muito conhecida, contribuindo para o desenvolvimento das aldeias vizinhas.
As minas de Jales, fechadas em 1992, foram as últimas em Portugal de onde se extraiu ouro.
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