A viagem de Ronnie Peterson para Vila Real
As peripécias da viagem de Ronnie Peterson e da sua "Squadra Robardie" a caminho de Vila Real para a sua primeira grande corrida internacional de F3,em 1967, contadas por Bo G Hallqvist.
A caminho de Vila Real para a nossa primeira grande corrida internacional de F3 e antes de deixarmos a nossa querida cidade de Örebro, recebemos um pequeno patrocínio duma estação de serviço da BP de Karlskoga e ainda algum apoio do "The Karlskoga Motor Klubb maffia", graças a Sten Gunnarsson (experiente piloto de karts, formulas e também helicópteros) um dos seus mais jovens e principais beneméritos. O patrocínio era nada mais nada menos que um barril de gasolina, o que era óptimo e com sorte seria suficiente para chegarmos pelo menos ao Norte da Alemanha, e lá o amarramos muito bem na traseira da nossa ‘pick-up’ Dodge, ligado ao depósito através de uma mangueira com uma válvula para que pudéssemos ir abastecendo enquanto conduzíamos.
Tudo o que precisávamos ia bem arrumadinho: ferramentas, o carro, o “patrocínio”, dois pares de ‘jeans’, três ‘t-shirts’ (umas das quais para eventuais cerimónias de pódio!!!), os fatos de competição, dois sacos-cama (já que a Dodge poderia ser transformada numa cama… desconfortável) e quilos e quilos de pães de canela da Baker-Bengts (a padaria do pai do Ronnie) que haveriam de constituir as nossas provisões durante a nossa longa aventura através da Suécia, Dinamarca, Alemanha, França, Espanha e Portugal…
Ma tinhamos acabado de sair do ‘ferry’, já na Alemanha, e começamos a sentir um certo cheiro a gasolina. Claro que cheira a gasolina, pensamos, afinal se andamos nas corridas de carros é normal que haja cheiro a gasolina!...Mas como o cheiro se foi tornando cada vez mais forte lá decidimos finalmente parar para ver o que se passava. Ia-nos dando uma coisa e quase caiámos para o lado quando descobrimos que o nosso bendito “patrocínio” se vinha a espalhar pela estrada em vez de ir parar ao depósito da Dodge como era suposto! Era a catástrofe total, pois o nosso orçamento dependia desta gasolina que afinal simplesmente estava a desaparecer pela sarjeta… Bom, agora o melhor era esquecer quaisquer refeições ‘fora de casa’ durante a viagem e tentar sobreviver o melhor possível com pães de canela e coca-colas até Vila Real…
Á medida que nos aproximávamos da fronteira portuguesa, foram-se nos juntando mais alguns pilotos suecos de F3, também a caminho de Vila Real, constituindo assim numa autêntica caravana que incluía, entre outros, Reine Wisell e o seu irmão Jan (com um Mercedes e um atrelado), Ulf Svensson e a sua simpática mulher Johan, também conhecida como engenheira de corrida (com uma ‘pick-up e o atrelado) e Lasse Lindberg (com uma pick-up Volswagen).
Até à fronteira portuguesa correu tudo sobre rodas - o problema foi depois… Uma autêntica aventura serpenteando por montes, vales e montanhas numa estrada cujo pavimento era constituído por 20% de asfalto e 80% de gravilha, que nos custou 7 pneus furados! Agora imaginem o que era tirar o pneu sobresselente e as respectivas ferramentas de debaixo de um F3 numa Dodge com um pneu furado… Pois, tínhamos de desmontar todo o equipamento de cada vez que precisávamos de substituir o pneu, o que nos custou imensa energia, entusiasmo e paciência, e só não foi pior porque, que Deus os abençoe, Ulf Svensson e a sua mulher nos foram dispensando a sombra e os refrescos da sua caravana e a sua hospitalidade.
Chegados a Vila Real fomos muito bem recebidos pelo Motor Club local, organizadores da corrida internacional de F3, que nos disponibilizaram uma garagem bem no centro da cidade e mesmo ao lado de uma escola feminina, com tudo o que isso significa! Cerca de 80% do traçado da pista estava desenhado no centro da cidade de Vila Real. Naquele tempo recebíamos um prémio de participação desde que efectuássemos um tempo nos treinos, passássemos nas verificações técnicas e estivéssemos em condições de participar na corrida. Os treinos, no entanto, não estavam a ser grande coisa até que o Ronnie se foi ambientando à pista e começou a melhorar os seus tempos. Lá conseguiu um 10º tempo, o que já era considerado muito bom para um principiante entre a ‘elite’ internacional presente. Mas o Ronnie, sempre com o objectivo fixo, lá ia dizendo que aquilo era ‘canja’, que o deixássemos fazer mais umas voltas que ele haveria de conseguir fazer melhores tempos e atingir melhor posição. E lá deu mais umas voltas até conseguir realmente melhorar de 10º para 6º.
Entretanto, quando já recolhia as coisas para voltarmos à garagem, vejo uma enorme nuvem de pó em frente à recta da meta: era o Ronnie, que na sua ânsia de melhorar ainda mais os seus tempos acabaria por alargar demasiado na saída da curva e batera no lancil do passeio com a roda traseira esquerda, partindo a suspensão. Catástrofe: tínhamos as verificações técnicas na manhã seguinte (dia da corrida) e apenas havíamos cumprido um dos requisitos para obter o prémio de participação! Sem peças sobresselentes e praticamente tesos (com o ‘patrocínio’ perdido algures nas estradas alemãs…), estávamos metidos numa linda alhada!
Bom, mas como havia muitas 'English Brabham Team' lá pensamos que não haveria problema em perguntar àquele pessoal se, caso tivessem uma suspensão a mais, nos poderiam vendê-la, emprestá-la ou aluga-la ou qualquer coisa do género. “NEM PENSAR”, foi a melhor resposta que obtivemos! Entre a malta sueca que anda nestas coisas é comum ajudarmo-nos uns aos outros, mas na cena internacional a resposta é mais do género, antes das corridas, “NEM PENSAR”, e depois das corridas, “Talvez”… E havia equipas muito bem organizadas, com peças e motores sobresselentes e tudo o mais, e inclusive, se não me falha a memória, Frank W. e Bernie E. ainda faziam parte do ‘circo’ internacional de F3 dessa época. De volta às nossas traquitanas, lá tentamos concertar nós próprios o carro o melhor que pudemos, com a ajuda dos nossos amigos suecos, e de facto conseguimos que ele passasse nas verificações técnicas e alinhasse à partida.
Antes da corrida começar, acordei com o Ronnie que ele apenas faria algumas voltas, porque não tínhamos conseguido ajustar correctamente a roda e estávamos com receio que ela não aguentasse toda a corrida, tendo por isso colocado o retrovisor esquerdo de forma a que ele conseguisse manter a roda debaixo de olho. Ronnie saiu para a linha de largada e assim que largou comecei a arrumar as coisas, pois era suposto ele encostar ao fim de umas voltas e metermo-nos logo ao caminho para a próxima corrida, em Magny-Cours. Mas eis que quando os carros passam na meta ao fim da primeira volta eu quase ia tendo um ataque de coração: Ronnie era segundo e não parecia com ideias de arrumar as trouxas e partir tão cedo para França! Só ao fim de algumas voltas mais começou a cair na classificação, por causa do problema na roda traseira, e lá acabou por ter mesmo de parar. Seja como for, esta sua estreia numa competição internacional fê-lo ganhar confiança e ainda mais vontade de fazer carreira no desporto automóvel.
O calor que se fez sentir durante a corrida é que era mais do que aquilo a que nós, suecos, estávamos habituados, pelo que o Reine Wisell enfiou-se na elegante fonte que havia bem no centro da cidade (próxima da recta da largada) antes da corrida começar e lá foi ele todo contente, bem fresquinho que nem um pinto e na maior fazer a sua corrida: dois dias depois estava com uma linda pneumonia! Egge Haglund teve ainda pior sorte: bateu numa parede durante a corrida e partiu um pé, tendo de ser evacuado de helicóptero para o Porto, através de um convento de freiras local.
Bo G Hallqvist (http://www.ronniepeterson.se/subc/eng/a4frame.html)
2º de Rali de Trás-os-Montes 2008 parte 3
Á hora prevista os automóveis partiram …
O vila-realense Mário Vital de Melo
2º de Rali de Trás-os-Montes 2008 parte 2
Um verdadeiro museu rolante
Numa época em que sociedade repensa o que vale o seu património cultural, num tempo em que a globalização teima em fazer tábua rasa da sua identidade é um desafio a países e regiões acautelarem o seu património sobe pena de se extinguirem culturalmente num futuro próximo.
É claro que neste caso se pode enquadrar o 2º Rali de Trás-os-Montes, um verdadeiro museu rolante, que neste sábado se iniciou na cidade Vila Real e que irá percorrer a região transmontana durante a época carnavalesca.
Durante a manhã inúmeros automóveis antigos deliciaram os transeuntes que aproveitavam o sol radioso que nos aquecia e nos tinha impulsionado a passear com os nossos clássicos.
O teimoso De Dion Bouton de 1923 da equipa flaviense.
O Bentley de 1924, o Citroen B 2 do ano seguinte assim como o Mercedes 170 Cabriolet de 1939, mostraram-nos uma época que poucos tiveram o privilegio de a ter vivido
Um português "à frente" de Fittipald, em 1967.
Nos finais de 1967, um grupo de pilotos portugueses deslocaram ao Brasil, a fim de disputarem algumas corridas para as quais tinham sido convidados.
Recebidos entusiasticamente pela imprensa local, era a primeira corrida no Brasil, desde 1960, a contar com a participação de pilotos europeus, embora das informações sobre as suas respectivas máquinas serem muito escassas.
Aos carros adquiridos nesse ano, dois Lotus 47, juntaram-se um Porsche 911 S e um celebre Lotus Cortina, que já tinha sido conduzido por Jim Clark.
Mas o nosso conhecimento sobre as suas máquinas, também não era melhor. Os desconhecidos protótipos brasileiros , como Fitti-Porsche, Willys Mark I, Karmann-Ghia Porsche 1600, Carreteras, juntavam-se alguns carros europeus, seriam as maquinas a defrontar.
Inicialmente, o team Palma dispunha de um Lotus 47 para Manuel Nogueira Pinto/Andrade Vilar, outro para Carlos Santos/Luís Fernandes, e um Ford Cortina para a dupla Antonio Peixinho/Augusto Palma. O Porsche 911, era para Anísio Campos/Jose Carlos Pace, mas o acordo não foi possível , e Nogueira Pinto resolveu não alugar o carro, inscrevendo-o na prova.
Os automóveis portugueses disputaram as Mil Milhas Brasileiras e duas semanas depois, correram na Prova Almirante Tamandaré, "Prova Internacional Luso-Brasileira",uma corrida de pequena duração, disputada em duas baterias, no Rio de Janeiro.
O Lotus 47,de Luís Fernandes abandonou nas Mil Milhas e na Prova Almirante Tamandaré no Autódromo do Rio de Janeiro, chegou em segundo na primeira bateria e abandonou na segunda.
Na classificação final ficou na quinta posição
O Nogueira Pinto / Andrade Vilar obtêm o terceiro lugar nas 1000 milhas Brasileiras e é segundo na prova na classificação final da Prova Almirante Tamandaré pois o Porsche , foi quinto na primeira bateria e segundo na segunda bateria.
Na classificação final ocupou a segunda posição
O Lotus Cortina de António Peixinho, Augusto palma, depois de ter avariado à noite, foi lamentavelmente desprovido de muito material.
http://www.brazilyellowpages.com/milmilhas67.html
http://mauriciomorais. html
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