António Pinto da Costa Paulo 28/08/1936 26/03/2018
Alguns dos momentos com Costa Paulo...
http://manueldinis.blogs.sapo.pt/210222.html
"António da Costa Paulo.
Poucos reconhecem este nome.
Os frequentadores da Sé de Vila Real perderam o fio às orações, distraídos pelo roncar de motores a dois tempos, 50cm cúbicos, quando o Costa os testava em banco de ensaio, na oficina em frente à porta poente da Catedral.
Costa Paulo não era um ganhador sistemático de corridas mas foi um fulgurante mecânico e corredor de motorizadas. Levava os seus motores até aos limites e, muitas vezes, para além dos limites do seu fôlego.
Eu era muito amigo dele.
Durante a minha adolescência, saído das aulas, passava lá a cumprimentá-lo e a olhar para as máquinas que se iam sucedendo e que o levariam a conquistar mais um troféu: Kreidler, Zundapp, Casal e, mais recentemente, a gloriosa Derbi, uma víbora no asfalto. Quando o Costa dava ao kix, o cheiro a óleo de rícino provocava-me a alucinações de velocidade e perigo; rodava o manípulo do acelerador e quando tocava as dezasseis mil rotações por minuto, a fachada da Sé reflectia e multiplicava o seu rugir e então todo o meu corpo todo era um tímpano e eu sentia arrepios de medo, mesmo estando parado, com os pés na terra.
Em pista era feroz e excessivo. Caía frequentemente, sempre a velocidades que os adversários reconheciam temerárias. Voltava a montar e seguia. Voltava a caír. Perdia a corrida, perdia mais um dedo mas, na corrida seguinte guiava com os que restavam. Ganhava. Semanas depois voltava a caír. Se a máquina ficasse em condições voltava a arrancar; voltas de atraso a perseguir uma vitória impossível. Voltava a ganhar. Na corrida seguinte tinha de encostar à berma com o motor gripado pelos excessos com que as suas rigorosas serras, limas, lixas, chaves e enorme raiva de ganhar passavam os limites do pequeno coração de ferro.
Havia prata e borracha, louros e alumínio, havia sangue nos paralelos, suor na gasolina e lágrimas no óleo derramado.
Aos motores das suas glórias e das suas desistências, vi-os eu desmontados, peça por peça, para abertura de janelas de admissão ou de escape, para melhor polimento de cilindros ou pistões, para alteração de carretos da caixa de velocidades, sempre no encalço do impossível, em trechos que ele, curva a curva, conhecia pelo raio, inclinação, pela aspereza do piso, pelo ressalto das lombas, pela fundura das poças.
Os motores abrandaram e foram-se calando.
As motas que vinham do futuro foram-se cobrindo de saudade.
As portas da oficina fecharam-se para seu descanso e dos fiéis da Sé.
Abriu um stand de venda de usados.
Fechou.
Passeou, bem vestido, pela cidade, calmamente.
A cada passo me convidava para ir ver um museu de si mesmo, por si fundado e mantido: taças de prata, outras de lata, medalhas, louros a preto e branco, outros a cores— só em fotografia, porque os louros secam e esmigalham-se.
Nunca cheguei a ir visitar o retábulo que só por suas palavras conheço, provavelmente coberto agora pelo pó do tempo.
Ontem, o Costa morreu.
Deixou-me no liceu a nostalgia do óleo de rícino queimado na corrida perdida, da curva dada com o patim a faiscar no paralelo, da saída centrífuga pela linha de corda riscada no asfalto por rastos de borracha e aço.
É provável que durante alguns meses — ou semanas — a galeria dos seus troféus e máquinas persista na ordem por que foi deixada. Depois virão senhorios ou herdeiros, medirão o espaço; dirão que “a vida continua”.
Há-de haver um baixo húmido onde o verdete e a ferrugem possam fazer paulatinamente o seu trabalho— sim, o verdete e a ferrugem nunca faltam ao trabalho e os sucateiros também não, e virão de certo—assim o façam o Clube Automóvel, o Pelouro da Cultura da CMVR, ou “Museu da Cidade”.
(... a propósito, onde é isso?).
Depois, os restos se espalharão pelas feiras de velharias na direcção do esquecimento.
Então, a identidade desportiva, ou cultural, ou técnica, da Cidade abrirá uma página branca no seu livro e escreverá sobre este seu altíssimo vulto, o que eu escrevo hoje:
“ Adeus Costa Paulo”."
IN:
http://manueldinis.blogs.sapo.pt/o-circuito-aos-olhos-de-costa-paulo-843510
http://manueldinis.blogs.sapo.pt/medalha-de-ouro-de-merito-municipal-377267
http://manueldinis.blogs.sapo.pt/1986-viila-real-motos-50-80-racing-843009
http://manueldinis.blogs.sapo.pt/fundadores-do-clube-automovel-de-vila-835248
http://manueldinis.blogs.sapo.pt/177256.html
Comecei a época de corridas de "feira" no ano de 1972 nas Caldas das Taipas.. Costa Paulo.
CAVR
A última corrida de Costa Paulo em Vila Real
http://manueldinis.blogs.sapo.pt/1987-circuito-internacional-de-vila-244869
Fundadores do Clube Automóvel de Vila Real
28/07/1978
Folheto elaborado por Costa Paulo
Recordando…
“ (…) Após quatro anos de pausa, um grupo de jovens, ao mesmo tempo que procura consolidar e estruturar o Clube Automóvel de Vila Real, lança-se na ariscada, embora aliciante aventura de dar de novo vida ao nosso Circuito, desta feita com Provas de Motos, tão do agrado do público e que justa fama alcançaram também no passado (…)
Armando Afonso Moreira
Presidente da Câmara Municipal
In:
Livro das corridas IV Circuito de Motos Vila Real
20/07/2017
" Inauguração da lápide, nas antigas bancadas do circuito, onde estão inscritos os nomes dos fundadores do Clube Automóvel de Vila Real.
Muito obrigado a todos os que desde 1931 fizeram acontecer o "nosso"Circuito Internacional de Vila Real.
Tradição/Presente/ Futuro"
In:
1986 Viila Real motos 50 /80 racing,
A estreia da COSPA
Os vila realenses (Costa Paulo (pai), Costa Paulo (filho) e Manuel Conceição ("mireko")) desistiram todos com problemas técnicos.
Carlos Gaspar, WTCC, Coleção de Vinhos da Adega de Vila Real e Manoel de Oliveira
A apresentação de uma Coleção de Vinhos da Adega de Vila Real comemorativa do Circuito Internacional de Vila Real, numa edição limitada de vinhos, um belo conjunto de seis garrafas, decoradas com os cartazes das corridas de 1931, 1951, 1958, 1967, 1970 e da próxima prova que se vai realizar nos dias 10, 11 e 12 de Julho de 2015.
Esta sessão foi mote para uma animada e interessante tertúlia com Carlos Gaspar e como não podia deixar de ser, o seu percurso desportivo em Vila Real.
Muitas histórias e casos foram relembrados
Na assistência encontravam-se vários antigos e actuais pilotos, neste que também é o dia de aniversário do Piloto e Realizador Manoel de Oliveira, o mais antigo piloto que pisou a pista vila-realense, nas suas 106 primaveras. Mantem-se com uma vida ainda muito activa ao apresentar no dia de aniversário "O Velho do Restelo" a mais recente curta-metragem do mais "jovem" realizador português
No final Costa Paulo distribuiu pelos presentes, antigos bilhetes das corridas por si autografados.
Medalha de Ouro de Mérito Municipal para António Pinto da Costa Paulo
A lenda vila-realense do motociclismo, António Costa Paulo recebeu a Medalha de Ouro de Mérito Municipal no dia em que Vila Real celebrou mais uma vez a sua elevação a Cidade.
Uma justa e merecida homenagem a quem tanto deu ao desporto motorizado nacional
“O Circuito aos olhos de Costa Paulo”
A Exposição dedicada ao Circuito de Vila Real intitulada “Circuito aos olhos de Costa Paulo” esta patente no Centro Comercial Dolce Vita Douro, entre 11 e 19 de Junho e passa em revista provas históricas de desporto motorizado.
In:
Porto Canal Via You Tube
Jornalista: Patrícia Canelas
Reporter de imagem: Joel Teixeira
Memórias dos 80 anos do Circuito Urbano da Cidade de Vila Real
O Circuito Automóvel de Vila Real comemora 80 anos após a primeira corrida oficial a 15 de Junho. Há três anos, António Costa Paulo, histórico piloto vila-realense várias vezes campeão neste circuito, começou a contactar ex-participantes da corrida para coleccionar artefactos e cartazes, procurando uma qualidade crescente no material. O resultado pode agora ser visto no Dolce Vita Douro, de 11 a 19 de Junho.
Esta mostra apresenta a visão de António Costa Paulo sobre uma das provas míticas do automobilismo e motociclismo regional. Ao todo, na exposição “Memórias dos 80 anos do Circuito Urbano da Cidade de Vila Real” podem ser vistos 68 cartazes de várias edições, taças, jornais, e ainda biografias de Rodrigo Botelho Araújo e Francisco Teixeira, dois dos nomes mais marcantes da história do circuito. Além da recolha fotográfica, que passa em revista a história e os melhores momentos da prova, vão estar em exposição dois modelos clássicos de bólides – um Porsche 911 SC, de 1975, e uma mota Norton Mank, de 1947, modelo idêntico à utilizada por Jaime Campos, vencedor do “Circuito de Vila Real” entre 1937 e 1939.
A primeira edição do “Circuito de Vila Real” data de 1931, culminando os esforços reunidos por algumas figuras da cidade para a criação da prova, disputada tradicionalmente no dia 15 de Junho, data das festas da cidade.
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